sábado, 18 de dezembro de 2010

Bandalheira! (mas disto, presumo eu, nem o Fundo Monetário Internacional, nem o Banco Mundial sabiam...)

É a bandalheira total! Por outras palavras - as que julgo mais convenientes: é como dar pérolas a porcos!

Em 1 de janeiro do corrente ano, o Governo fez aprovar, em Conselho de Ministros, uma lei que espalha regalias e mordomias pelos órgãos de soberania.

Tudo isto, ressalve-se, acontece num país chamado Guiné-Bissau, que viu agora tanto o FMI (o mesmo que Fome, Miséria e Imperialismo) como o BM (o Banco da Maldição) perdoar-lhe os quase 100 por cento da sua dívida externa.

Pois bem. O tanas - mau, muito mau! Dizia eu que, em pleno mês de janeiro do ano da graça de 2010, o Governo (en passant, diga-se), do alto dos seus indecifráveis critérios, decidiu (ainda que à má-fila e à revelia da Constituição) o seguinte:

- Nos seus 5 anos de mandato, isto de acordo com o Governo, o Presidente da República (que se permite indicar o seu ministro do Interior como se a Constituição lho permitisse...), terá direito a receber 900 milhões de fcfa; o Presidente da ANP, Raimundo Pereira, 480 milhões; a Presidente do Supremo Trinunal de Justiça, Maria do Céu Monteiro, 384 milhões de fcfa. Mais 'modestas' são as compensações atribuidas aos membros - ainda que mutilados - do Governo de 'Cadogo' Jr:

O Primeiro-Ministro embolsará cerca de 384 milhões de fcfa (mais de 500 mil euros); aos ministros, que o acompanham cegamente no nepotismo e na delapidação do tesouro público: 468 milhões de fcfa cada um, e aos secretários de Estado, 288 milhões de fcfa. Isto é um ROUBO descarado!

Senhores do FMI e do BM:

Onde está a seriedade, quando falámos no perdão de cerca de 1.2 mil milhões de dólares da nossa dívida externa?

No total, são mais de 10 milhões de dólares (pagos, obviamente, com retroactivos). E, senhor Primeiro-Ministro, onde pára um dos pontos do artigo 100º da nossa Constituição?

Por que não aumentam os salários dos médicos, dos enfermeiros e dos professores? E, já agora, por que não melhoram as escolas públicas? AAS