terça-feira, 22 de maio de 2012

O último(?) fôlego dos golpistas


O auto-intitulado Comando Militar que em Abril afastou o primeiro-ministro e o Presidente interino da Guiné anunciou que está a entregar o poder aos civis e apresentou a conferência de imprensa que esta quarta-feira fez em Bissau como a última. “A partir de hoje, o Comando Militar vai entregar o poder aos civis”, disse o porta-voz, tenente-coronel Daba Na Walna, citado pela Reuters. O anúncio surge depois de um acordo a que os militares golpistas chegaram nas últimas semanas com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e partidos políticos da oposição. Esse entendimento prevê a nomeação de líderes de transição para os lugares do chefe do Governo, Carlos Gomes Júnior, e do Presidente interino, Raimundo Pereira. Os dois políticos guineenses estão desde a semana passada em Portugal.

Nos termos do acordo, a Guiné entra num período de transição de um ano, que culminará com eleições. O pacto entre os militares e os países da África Ocidental levou à designação de Serifo Nhamadjo como Presidente de transição e de Rui Duarte de Barros como chefe de Governo. Nhamadjo anunciou esta quarta-feira a estrutura orgânica de um governo de transição que, segundo a Lusa, será composta por 14 ministérios e 13 secretarias de Estado. De acordo com o decreto presidencial, essa estrutura entra imediatamente em vigor. O PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), liderado por Gomes Júnior, que nas últimas eleições elegeu 67 dos 100 deputados da Assembleia Nacional, colocou-se à margem do processo. Serifo Nhmadjo é um dissidente do maior partido do país. PÚBLICO