sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Um irrefreável fanático


Não foi proriamente uma surpresa, ouvir as ameaças veladas pelo general e CEMGFA António Indjai. Talvez tenha surpreendido os menos atentos, ou aqueles que subestimam a sua capacidade de instalar o caos, o ódio e a guerra civil na Guiné-Bissau. Num tom ameaçador, Indjai desferiu ataques em todas as direcções sobretudo contra as organizações como a Liga Guineense dos Direitos Humanos, os órgãos de comunicacao social, os magistrados etc.

Num tom desafiador, Indjai disse que haverá problemas nas próximas eleições gerais marcadas para o próximo dia 24 de Novembro, tendo adiantado que as escolhas nestas mesmas eleições, serão feitas com base em critérios étnicos e tribais pois cada um tem que defender o seu grupo étnico. No auge da sua cegueira e total ignorância, António Indjai alertou em tom ameaçador os partidos sem base tribal ou étnico, para desistirem da corrida eleitoral...

António Indjai teve ainda oportunidade para desferir acusações contra Cabo Verde por ter, segundo ele, assassinado a cidada guineense que foi expulsa para a Guiné-Bissau - um caso que levou à detenção illegal de dois agentes da Polícia daquele país nosso irmão - de sangue e na luta contra o colonialismo português.

Estas declarações irresponsáveis e incendiárias do acossado barão da cocaína, António Indjai, constituem um aviso sério aos guineenses, e uma ameaça velada à comunidade internacional os quais nada fazem para travar este monstro, capaz de conduzir a Guiné-Bissau para uma Guerra civil com consequências que ninguém pode prever. Não é a primeira vez que o António Indjai invoca a possibilidade de um conflito armado no país antes das eleições, fundamentando-se em 'argumentos tribais'.

Com estas declarações bem pensadas, António Indjai quis transmitir aos guineenses duas mensagens principais: Para a defesa dos interesses da sua etnia e do seu partido - o PRS, serão utilizados todos os meios - incluindo o derramamento de sangue, a exemplo do que aconteceu depois do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, em que dezenas de cidadãos guineenses foram assassinados friamente e com requintes de tortura. O Segundo aspecto envia uma mensagem clara à comunidade internacional: quem manda de facto na Guiné-Bissau é ele. Ou seja, a CI pode bem continuar a dormir, sonhando com soluções inócuas, mas a sua vontade é que prevalecerá nas eleições em detrimento da vontade do povo, esse sim soberano.

Guineenses, acordem antes que sejam devorados por este ditador cobarde que se esconde atrás do uniforme militar para atormentar o povo da Guiné-Bissau. Para a comunidade internacional, creio que as dúvidas - se é que alguma vez houve - estão dissipadas. Se não agirem rapidamente para salvar o povo guineense deste penoso cativeiro, amanhã a história vos julgará. E, não, não vale a pena desperdiçar milhões de dólares na organização de umas eleições que à partida já tem os seus vencedores. O Povo guineense precisa de um Salvador - salvem-no antes que seja tarde. AAS