sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Em cada sombra, um potencial inimigo


Em Bissau, existem neste momento muitos interesses em jogo. Informações seguras de fontes ligadas ao PRS e a Koumba Yalá, dizem o mesmo: que é o próprio Koumba Yalá quem está por trás dessa onda de espancamento que invadiu o país, e não o Estado Maior das Forças Armadas - como se chegou a pensar.

koumba blog 2013

«O Koumba tem um grupo de milicianos da mais alta perigosidade e capaz de tudo para satisfazer as ordens do ‘líder’. Agem sob o impulso do alcool e da droga e não hesitam em cometer os actos mais bárbaros e inimagináveis que se possa imaginar», garante uma das fontes do DC. Consta – garante ainda - que «até o António Indjai tem receio desse grupo», que classifica de «autênticos assassinos à solta e a soldo do Koumba Yalá.»

Continuando, alega que o ministro Orlando Viegas (espancado, e já evacuado para Dakar) «levou por ter tirado um dos capangas do Koumba Yalá que lhe entregava, cada fim de semana, acima de 2 milhões de Fcfa, sem contar de premeio com umas centenas que lhe vai dando por cada necessidade inventada.». E assim que o ministro fechou-lhe a torneira, tirando parte dos seus homens de confiança instalados no ministério dos Transportes e Comunicações (entenda-se APGB,) e após a pressão para os repor ter dado em nada, mandou dar-lhe o respectivo correctivo que se sabe...Mas Ditadura do Consenso sabe que Orlando Viegas também tirou um sobrinho do generalíssimo da alfândega.

Aliás, a nossa fonte não tem dúvidas e aponta mesmo onde se encontra este ninho de víboras: «Todo o mundo, em Bissau, sabe que essa gente que espancou o Orlando Viegas vem do "aquartelamento" do próprio Koumba, sito no bairro internacional, nos arredores da capital, Bissau.»

Bissau está pela hora da morte

Muita coisa esta em jogo neste momento, em Bissau, e a tomada do poder em absoluto pelo Koumba Yalá, para o nosso interlocutor, «é um plano que está em marcha e pode ser bastante violento», alerta. «Eles não querem nenhumas eleições. Querem ir governando com o status quo, de confusão em confusão.»

No seu entender, «a instalação de um governo predominantemente constituído por elementos do PRS é o objectivo principal, sem se importarem com as consequências – mais do que previsíveis - da Comunidade Internacional, pois estão habituados a governar na ingovernabilidade e ignorados pelo resto do mundo.»

Para este alto quadro do PRS, «para Koumba Yalá, António Indjai ja não é uma ameaça: ou se submete ao seu plano ou é posto fora do jogo» (NOTA: o equilíbrio de forças que prevalecia entre ele e o acossado general tende a pender fortemente para Koumba Yalá).

Revela ainda que Dahaba Na Wala «está dentro desse processo em alinhamento total com Koumba Yalá, tanto que António Indjai já deu conta disso.» Por fim, deixa este sinal de preocupação: «Existem sinais fortes de que uma ala do exército esta pronta e não se deixará levar por esse plano suicida e estão dispostos a tudo para o travar». AAS