sábado, 27 de setembro de 2014

TRAGÉDIA COM MINA: Hospital Simão Mendes não está preparado; o País simplesmente não consegue


Segundo a RTP, que filmou a chegada dos feridos ao hospital Simão Mendes, "instalou-se a confusão" porque "não havia condições" para tratar dos sobreviventes. Doeu fundo. Engoli em seco.

Caros amigos, isto é extremamente preocupante: como é que o maior hospital do País NÃO consegue sequer lidar com a pressão de receber dezenas de cadáveres (com os quais, infelizmente, nada se pode fazer) e menos ainda tratar as quinze pessoas que ficaram feridas no acidente e precisavam urgentemente de cuidados? Sim, quinze feridos?! Enterrar os mortos, cuidar dos feridos - alguém se lembrou? Não me parece.

A confusão que se instalou no corredor do hospital - eu vi as imagens - com médicos, enfermeiros, gente anónima, talvez alguns familiares, e, até de curiosos torna impossível, desastroso mesmo qualquer hipótese de sucesso. É a desorganização total, à moda da Guiné-Bissau. Confusão total. É triste, deixem que vos diga, é triste continuar a ver irmãos nossos, do mesmo sangue a serem tratados como números.

Às autoridades:
Ponham ordem na Guiné-Bissau! Ponham ordem nesse caos.

E, não, aquela mina não estava lá desde a luta da nossa independência. Ou foi 'plantada' por alturas da guerra civil de 1998/99 ou então alguém - as autoridades - vão ter muito que explicar. Para já, fica o balanço deste acidente ímpar na nossa hitória recente: morreram 22 pessoas, quase todas da mesma família.

Esta fatalidade vem apenas comprovar isto: Guiné-Bissau é mais frágil, muito mais frágil do que aparenta. O guineense quer apenas chegar ao poder, ainda que sem saber como chegou. Depois, bem depois é deixar estar...tipo: i ka ami ku danal, i ka ami ku na kumpul. Tristeza de merda! AAS